Teste de software é um processo sistemático e metódico de avaliar se o software desenvolvido atende aos requisitos esperados, garantindo que o produto esteja livre de defeitos. A realização desses testes envolve a execução de componentes do software utilizando ferramentas manuais ou automatizadas com o intuito de avaliar propriedades de interesse. O software devidamente testado garante confiabilidade, segurança e alto desempenho, resultando em economia de tempo e dinheiro e maior satisfação do cliente.
Os primeiros testes de software apareceram junto ao desenvolvimento de software, que teve seu início logo após a segunda guerra mundial. O cientista da computação, Tom Kilburn, escreveu o primeiro software, que estreou em 21 de junho de 1948, na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Ele executou cálculos matemáticos usando instruções de código de máquina. Nessa época, a depuração era o principal método de teste e ainda permaneceu nas duas décadas seguintes. Contudo, na década de 1980, as equipes de desenvolvimento passaram a testar aplicativos em configurações do mundo real. Isso proporcionou uma visão mais ampla dos testes de software, que englobava o processo de garantia de qualidade e fazia parte do ciclo de vida do desenvolvimento de software.
Um dos motivadores por trás do impulso para as metodologias de desenvolvimento ágil é permitir que o teste seja incorporado ao longo da construção do software. Diante disso, a realização de teste de software desde o início da construção do projeto permite detectar bugs ou erros antecipadamente. Assim, torna-sesendo possível resolvê-los antes da entrega do produto final.
Quais são os benefícios do teste de software?
Uma das vantagens mais importantes dos testes de software é o custo-benefício. Realizando os testes durante todo o desenvolvimento do software, é possível detectar os erros na medida em que eles são criados e quanto mais rápido um problema for detectado, menos custará para consertá-lo. Outro benefício é a maior segurança, visto que os testes ajudam a remover riscos e vulnerabilidades.
Atrasos na entrega ou defeitos de software podem prejudicar bastante a reputação de uma marca e frustrar o público-alvo. Em casos extremos, um bug ou defeito pode degradar os sistemas interconectados ou causar sérios problemas de funcionamento. Logo, os testes também permitem que um software de qualidade seja entregue aos clientes, implicando na satisfação do usuário. Além disso, ao observar artifícios de design e de interações homem-máquina, os testes de UI/UX Design garantem uma melhor experiência, trazendo a sensação de conforto a quem utiliza. Veja mais sobre UX Design aqui.
Exemplos de falhas de software
Infelizmente, falhas de software são muito comuns. Algumas podem causar grandes perdas econômicas e outras podem até trazer risco à vida das pessoas.
– Em 26 de Abril de 1994, o Airbus A300 da China Airlines caiu devido a um bug de software, matando 264 pessoas.
– Em 2017, o streaming HBO Go atraiu muitos fãs de Game of Thrones com o lançamento da sétima e última temporada da série. No entanto, na estreia da série a plataforma online do canal a cabo ficou completamente inacessível durante várias horas, frustrando bastante os usuários. A HBO afirmou que a alta demanda de usuários se preparando para a estreia foi responsável pelos problemas de conexão no serviço, derrubando completamente a plataforma.
– A Nissan fez um recall de mais de 1 milhão de carros do mercado devido a uma falha de software nos detectores sensoriais de airbag. Foram relatados dois acidentes ocasionados por essa falha de software.
– Em abril de 1999, um bug de software causou o fracasso de um lançamento de satélite militar de U$ 1,2 bilhão, um dos acidentes mais caros da história. A falha desencadeou uma revisão militar e industrial completa dos programas de lançamento espacial dos EUA, incluindo integração de software e processos de teste.
– Em 2020, o esperado jogo Cyberpunk 2077, da CD Projekt, ficou bastante marcado no ramo dos games. Contudo, a antecipação do lançamento passou por diversos erros despercebidos pela equipe de desenvolvimento, sendo considerado uma decepção pelos fãs. Isso causou um prejuízo para a empresa, que tinha um jogo promissor em mãos.
Boas práticas
Bem como na medicina ou na engenharia, o desenvolvedor possui grande responsabilidade com a qualidade do código, pois pode afetar toda a reputação de uma empresa, além de culminar em um prejuízo econômico exorbitante. Desse modo, é necessário algumas medidas providenciais para que se assegure uma qualidade de código bem definida.
Suponha que uma montadora de veículos multinacional necessite reconstruir todo um lote de carros porque um sensor está desregulado, gerando uma insatisfação dos seus clientes e ocasionando um prejuízo bilionário, ou um software de machine learning aplicado na neurociência, que possa falhar e causar um dano vital. Todos esses casos podem ser solucionados com boas práticas e testes eficientes em seu desenvolvimento, que possam salvar milhões de dólares ou milhares de vidas. Diante disso, podemos citar algumas dessas boas práticas:
- Testes de continuidade: São testes contínuos que vão sendo realizados à medida que a aplicação vai sendo construída. Realizados no desenvolvimento das aplicações para validação e critério de aceitação, diminuindo significativamente os possíveis erros e evitando riscos iminentes durante o processo de implementação no deploy.
- Gerenciamento de configurações: As equipes possuem acesso à assets, tais como código, modelos, scripts e resultados de testes. Diante disso, é inerente de boas aplicações a autenticação de usuário e trilhas de auditoria. A finalidade disso consiste em auxiliar as equipes a atender aos requisitos de conformidade com o menor esforço administrativo possível.
- Virtualização dos serviços: Ao início do processo de construção de uma aplicação, é evidente que não há ambientes de teste ainda. Desse modo, deve-se utilizar ambientes virtualizados para simular os serviços que não foram finalizados, permitindo a realização de testes antecipadamente. Ademais, abre a possibilidade de modificação para fins de testes sem que afete o ambiente original.
- Detecção de falhas: A detecção de bugs e problemas devem ser realizadas o mais rápido possível e é de extrema importância que não sejam aplicados no deploy. Portanto, ferramentas de automação de testes devem ser aplicadas para que sejam realizadas diversas sessões de testes para descobrir falhas que não estão tão evidentes, mas que possam ser de suma importância.
- Métricas e relatórios: As análises dos desenvolvedores são essenciais para um bom desenvolvimento e comunicação da equipe, portanto tudo o que é realizado deve ser documentado e estar alinhado. Para isso, pode-se aplicar algumas técnicas de gerenciamento e padronização. Desse modo, o ambiente cooperativo entra em ação para solucionar problemas e evitar retrabalho.
Sabendo que não é possível testar tudo, como decidir quando parar de testar?
Dois fatos devem ser considerados para decidir quantos testes devemos realizar, sendo eles: o fato de que todo sistema está sujeito a algum tipo de risco; e que existe um nível de qualidade aceitável para cada sistema.
A priorização é o aspecto mais importante para alcançar um resultado aceitável de uma quantidade finita e limitada de teste. Primeiramente, realize os testes mais importantes para que, se a qualquer momento as atividades de teste forem reduzidas, você possa ter certeza de que os testes prioritários já foram feitos. Esses testes serão os relacionados aos aspectos essenciais do sistema. Isso significa que eles vão testar as funções mais importantes, conforme os requisitos dos usuários e o comportamento não funcional mais relevante para o projeto. Além disso, eles abordarão os riscos mais significativos.
O próximo aspecto é conhecido como critério de conclusão e define os padrões para a atividade de teste. Por exemplo, ele define quanto do software deve ser testado e quais níveis de defeitos podem ser tolerados em um produto que será entregue. Ou seja, devem ser definidos critérios que indiquem se e quando é seguro interromper os testes, de modo que o tempo e outras pressões não interfiram no resultado final.
Prioridades e critérios de conclusão fornecem uma base para o planejamento de testes. No fim, os níveis desejados de qualidade e risco podem ser comprometidos. Porém, utilizando os dois fatores apresentados, podemos garantir que ainda seja possível determinar quantos testes serão necessários para atingir os níveis acordados.
Teste de software – Conclusão
Embora o processo de teste de software seja financeiramente custoso, as empresas conseguem economizar muito em desenvolvimento e suporte se implementarem boas técnicas de testes e processos de controle de qualidade. Utilizar os testes de software desde o início do processo de desenvolvimento possibilita que o produto vá para o mercado com menos falhas. Além disso, quanto antes as equipes de desenvolvimento receberem os resultados dos testes, mais rapidamente eles poderão solucionar problemas, tais como: falhas na arquitetura do projeto, vulnerabilidades do sistema, problemas de escalabilidade, funcionalidades inválidas ou incorretas, entre outros.
Quando a equipe de desenvolvimento permite um amplo espaço para testes no projeto, consequentemente a confiabilidade do software é amplificada e aplicativos de alta qualidade são entregues aos consumidores. Assim, ao atender as expectativas do usuário ou até mesmo excedê-la, o produto ganha mais visibilidade e maior participação no mercado.
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Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Autores
Graduada em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com ênfase em Controle e Automação. Desenvolvedora Python na Aquarela Analytics, com foco na construção de APIs. Na área de Engenharia de Dados trabalha com modelagem de dados, e com a criação e estruturação de ETLs. Entusiasta na área de Machine Learning e Ciência de Dados.
Python Developer na Aquarela Advanced Analytics. Graduando em Engenharia Elétrica pela UFCG. Entusiasta em automação, possui experiência em Engenharia de Software e utilizando Python (ROS e OpenCV), C/C++, JavaScript (NodeJS), TypeScript (NestJS). Experiência com metodologia ágil com uso do SCRUM como Scrum Master. Possui grande interesse em Machine Learning, IoT e Ciência de Dados.