A adoção de Platform Engineering explodiu em grandes empresas nos últimos anos. Mas ainda há muita confusão sobre o que isso realmente significa. Muita gente trata a plataforma como um “repositório de scripts” ou um “projeto que termina quando entrega”, esquecendo que ela precisa funcionar como um produto vivo, com ciclo de vida, experiência do usuário (UX) e suporte constantes.
Neste artigo, vamos explorar por que adotar a mentalidade de produto é essencial para o sucesso de uma plataforma de engenharia – e como isso impacta diretamente a experiência do desenvolvedor, a segurança, a padronização e a autonomia das equipes.
Diferença entre Plataforma como Projeto x Produto
Em muitas empresas, times de plataforma nascem como “times de projeto” visando entregar automações ou ferramentas internas. Mas um projeto tem começo, meio e fim – e a plataforma nunca termina.
Quando você encara a plataforma como produto, muda tudo:
- Há um ciclo de vida contínuo, com backlog priorizado.
- Existe foco em UX, adoção e satisfação do usuário (os desenvolvedores).
- Você coleta feedback constantemente para evoluir a solução.
- Existe suporte real e SLA para quem usa.
Plataforma como projeto = entrega pontual.
Plataforma como produto = compromisso constante com valor gerado.
Como isso melhora a experiência do desenvolvedor (DevEx)
Hoje, o sucesso da plataforma se mede por adoção e redução de atrito no desenvolvimento. Uma abordagem de produto coloca o desenvolvedor como cliente. Isso significa:
- APIs e CLIs documentadas e fáceis de usar;
- Portais como o backstage para descoberta e autosserviço;
- Automação confiável que reduz erros humanos;
- Provisionamento de infraestrutura self-service com segurança.
Quando a experiência do desenvolvedor melhora, você reduz o ciclo de entrega de software e aumenta a produtividade dos times.
Benefícios de segurança, governança e padronização
Ao tratar a plataforma como produto, você também consolida padrões de segurança e compliance:
- Políticas de infraestrutura como código revisadas e auditáveis.
- Controles de identidade e acesso (IAM) consistentes.
- Pipelines de deploy padronizadas.
- Observabilidade centralizada para rastrear problemas.
Esse “pavimento único” de boas práticas libera os times para inovar sem comprometer segurança ou compliance.
Como criar uma cultura de produto em times de plataforma
Para transformar o mindset de projeto em produto, algumas práticas ajudam muito:
- Definir Product Owner ou responsável por priorização.
- Ter backlog público, com roadmap transparente.
- Medir satisfação do usuário (NPS, surveys).
- Coletar métricas de adoção e usabilidade.
- Promover um canal aberto de feedback com os times.
É uma mudança cultural: o time de plataforma deixa de ser apenas “prestador de serviço” e passa a ser time de produto, com compromisso com o sucesso dos clientes internos.
Ferramentas que habilitam essa mentalidade
Hoje existe um ecossistema riquíssimo de ferramentas que facilitam tratar a plataforma como produto:
- Backstage: portal para descoberta e autosserviço.
- Crossplane: provisionamento de infraestrutura declarativa via Kubernetes.
- ArgoCD: GitOps para deployments confiáveis.
- Terraform / Pulumi: IaC modular e auditável.
- Vault, OPA, Boundary: segurança integrada.
Essas ferramentas são os blocos para criar experiências de produto de verdade para os desenvolvedores.
Desafios reais em times de plataforma
Claro, não é só adotar ferramentas e mudar nome para “produto”. Os desafios são reais:
- Resistência cultural: times podem querer continuar no modelo “projeto”;
- Conflito de prioridades com áreas de negócio;
- Falta de patrocínio executivo para evolução contínua;
- Dificuldade em mensurar valor gerado (KPIs claros);
- Evitar “over-engineering” e atender ao que os devs realmente precisam.
É por isso que Platform Engineering é uma jornada. É preciso equilíbrio entre tecnologia, processos e cultura.
Por que isso é relevante agora?
A explosão de IA, microsserviços e cloud, exige padronização, segurança e autonomia como nunca. Empresas que não investirem em boas plataformas vão enfrentar gargalos de DevOps, times sobrecarregados e ciclos de entrega cada vez mais lentos. Platform Engineering é a resposta moderna: criar um produto interno que viabiliza o crescimento sustentável e o sucesso dos times de tecnologia.
Conclusão – Por que sua Platform Engineering Deve Ser um Produto
Em vez de tratar a plataforma como um projeto pontual, trate como um produto que evolui com o negócio. Isso não é só uma boa prática técnica – é uma estratégia para empoderar desenvolvedores, reduzir riscos, melhorar o time-to-market e preparar sua organização para os desafios do futuro.
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Olá, eu sou Ederley Carvalho, um DevSecOps com uma paixão inabalável por unir tecnologia e segurança. Com mais de uma década de experiência em TI, formação em análise de desenvolvimento de sistemas e habilidades em clouds minha jornada me levou das renomadas empresas General Electric e Dell. Sou um entusiasta por natureza, mergulhando no universo DevOps para criar soluções inovadoras através da colaboração entre equipes. Minha missão é promover a segurança em cada etapa do ciclo de vida do desenvolvimento, impulsionando a inovação e a proteção digital.