À medida que empresas crescem e suas experiências digitais se tornam mais complexas, o Design System ganha papel central para garantir consistência e escalabilidade. No entanto, um dos maiores desafios está na sua governança: quem cuida do sistema, como as decisões são tomadas e como evoluí-lo com qualidade?
Este artigo apresenta os três modelos mais comuns de governança de sistemas de design — Centralizado, Federado e Híbrido — explicando como funcionam, suas vantagens, desafios e exemplos práticos para ajudar você a decidir qual abordagem faz mais sentido para sua organização.
Modelo Centralizado
No modelo centralizado, a gestão e a propriedade do Design System ficam concentradas em uma equipe dedicada, responsável por definir padrões, tomar decisões finais e manter a biblioteca de componentes. Nesse formato, a equipe central atua como produtora: cria os componentes, mantém o sistema e decide o que entra ou sai, promovendo reuniões com times parceiros para alinhar expectativas. Um exemplo prático desse modelo é o Airbnb.
Vantagens e Desafios do Modelo de Design System Centralizado
Suas principais vantagens incluem clareza na governança, consistência visual e uma curadoria forte, sendo ideal para projetos que precisam escalar rapidamente e gerar alinhamento. No entanto, esse modelo pode gerar gargalos, sobrecarregar a equipe central e dificultar o engajamento de outras equipes.
Modelo Federado (ou Distribuído)
Já o modelo federado (ou distribuído) distribui a responsabilidade entre todos os times que utilizam o Design System, promovendo uma criação descentralizada. A equipe responsável pelo sistema atua como curadora, definindo critérios, revisando contribuições e apoiando os times na adequação aos padrões estabelecidos. Um bom exemplo desse modelo é o TED.
Vantagens e Desafios do Modelo de Design System Federado
Ele traz vantagens como maior autonomia, experimentação e diversidade de soluções, sendo ótimo para engajar equipes e promover senso de propriedade. Por outro lado, sem uma cultura colaborativa forte e processos bem definidos, esse modelo pode levar à fragmentação, à falta de padrão e a dificuldades de manutenção.
Modelo Híbrido
O modelo híbrido combina características dos dois anteriores, com uma equipe central responsável pela governança e contribuições vindas de outras equipes de produto. O sistema evolui de forma colaborativa, mas com o suporte e a curadoria da equipe core. Um exemplo bem-sucedido dessa abordagem é o Salesforce Lightning Design System.
Vantagens e Desafios do Modelo de Design System Híbrido
Esse modelo proporciona um equilíbrio entre consistência e colaboração, sendo mais sustentável para grandes empresas e plataformas múltiplas. Contudo, sua eficácia depende de processos maduros, alinhamento cultural e tempo dedicado à gestão da contribuição externa.
Demonstrações em diferentes cenários e diferentes abordagens
Aplicações em diferentes cenários demonstram como a escolha do modelo pode variar conforme o contexto da organização. Startups em crescimento rápido podem se beneficiar do modelo centralizado para acelerar a criação de padrões com uma equipe enxuta e garantir a qualidade visual desde o início. Empresas de médio porte com múltiplos squads ágeis tendem a obter melhores resultados com o modelo federado, que incentiva o engajamento e permite personalizações contextuais. Já grandes empresas, com muitos produtos e stakeholders, geralmente se adaptam melhor ao modelo híbrido, que favorece a governança com consistência e escalabilidade.
Independentemente do modelo adotado, algumas abordagens são essenciais: iniciar com um modelo híbrido desde o princípio, com papéis bem definidos, pode evitar mudanças bruscas no futuro; oferecer treinamentos, guias de contribuição e ferramentas de versionamento é fundamental para garantir a adoção; e compreender que a governança pode evoluir com o tempo — o mais importante é começar com clareza sobre as responsabilidades envolvidas.
Saber se o modelo de governança do Design System está funcionando envolve observar alguns sinais de sucesso, como a adoção consistente pelos times, a satisfação das equipes envolvidas e a evolução contínua do sistema com baixa fricção. É possível, sim, mudar de modelo após a implementação. Muitas empresas, por exemplo, iniciam com um modelo centralizado e, à medida que crescem, migram para um modelo híbrido, mais colaborativo e escalável. Quanto ao investimento em uma equipe dedicada, isso depende do tamanho e ritmo da operação. Para empresas em rápida expansão, contar com uma equipe exclusiva pode ser essencial — desde que exista uma cultura de contribuição estabelecida desde o início.
Conclusão – Modelos de Design System
Cada modelo de Design System tem seus pontos fortes e limitações. O importante é entender qual se alinha melhor à estrutura da sua empresa, aos recursos disponíveis e à cultura interna. Seja qual for o caminho escolhido, é fundamental manter canais abertos de colaboração, revisar processos regularmente e garantir que o sistema de design esteja sempre a serviço das pessoas e da estratégia do produto.
Referências:
BATTLES, K. et al. DesignOps Handbook. New York: Invision, 2019.
KHOLMATOVA, A. Design Systems: a practical guide to creating design languages for digital products. 1. ed. Freiburg: Smashing Books, 2018.
SUAREZ, M. et al. Design Systems Handbook. New York: Invision, 2019.
ZEROHEIGHT. Design System Report 2025: brought to you by Zeroheight. 2025. Disponível em: https://zeroheight.com/how-we-document/design-system-report-2025-brought-to-you-by-zeroheight/. Acesso em: 6 jun. 2025.
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Designer visual e UX com experiência em branding, produtos digitais e interfaces. Graduado em Design pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestrado em Design Management pelo IADE, em Portugal.
UI/UX Designer na Aquarela Advanced Analytics com pós-gradução em User Experience Design and Beyond pela PUC-RS e graduação em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Espírito Santo. Possui 8 anos de experiência em Design de Produto e UX/UI, trabalhando com equipes multidisciplinares para desenvolver soluções digitais com atuação nos setores de tecnologia, finanças, saúde e e-commerce.