Na Aquarela, contamos com um mapeamento das competências esperadas para cada cargo. No caso dos nossos líderes, destacamos aquelas que são essenciais para a condução de pessoas e projetos de analytics. Partimos do pressuposto de que competências fundamentais, como comunicação (a “rainha das competências”, segundo nosso time de People), relacionamento interpessoal e outras já estejam bem consolidadas.
Pensando nisso, neste artigo vamos aprofundar as competências específicas de liderança. Pode parecer simples, mas, na prática, é desafiador, e até um diferencial, para um líder guiar pessoas, traduzir insights em valor de negócio e estabelecer estratégias com resultados.
O que é uma competência?
O que entendemos por competência é a combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes que uma pessoa mobiliza para desempenhar suas funções de forma eficiente. Em resumo, definimos:
- Conhecimentos: aquilo que o profissional sabe, seja técnico ou teórico.
- Habilidades: a capacidade de aplicar esses conhecimentos na prática.
- Atitudes: a forma como a pessoa se comporta e se posiciona diante de situações e desafios.
A fundamentação teórica pode ter origem de McClelland (1973), com a consolidação de Boyatzis (1982) e autores brasileiros como Fleury & Fleury (2001) e Chiavenato (2003, 2014) que trouxe para um contexto de Recursos Humanos (RH) e negócios.
Quando falamos em competências de liderança, estamos nos referindo à maneira como líderes utilizam esse tripé para inspirar pessoas, tomar decisões eficientes, conduzir mudanças e gerar impacto no negócio. Mais do que dominar ferramentas ou processos, trata-se de conseguir alinhar a equipe em torno de objetivos comuns e transformá-los em resultados concretos.
Gestão de Ideias
Os times de analytics lidam diariamente com dados complexos, hipóteses diversas e diferentes formas de resolver problemas. Um bom líder precisa criar um ambiente no qual ideias possam surgir, ser discutidas e testadas sem receio de julgamento. Às vezes tem uma pessoa na equipe que tem uma ótima ideia, mas ou por questão comportamental (timidez, por exemplo) ou por falta de espaço, acaba não verbalizando.
A Gestão de Ideias envolve incentivar a criatividade, filtrar as propostas mais relevantes e transformá-las em ações que gerem resultados. Essa habilidade permite equilibrar inovação, engajamento do time (de se sentir ouvido) e evitar de perder boas soluções.
Exemplos práticos:
- Promove sessões de brainstorming estruturadas, assegurando que todos os membros da equipe contribuam;
- Resolve conflitos ao facilitar entendimentos imparciais, transformando divergências em oportunidades de co-criação;
- Alinha ideias criativas com os objetivos estratégicos da organização.
Pensamento Estratégico
A competência Pensamento Estratégico é a capacidade de uma análise crítica de situações e cenários de forma ampla. E a partir disso, identifica tendências, riscos e oportunidades e toma decisões alinhadas aos propósitos e metas da empresa. O sucesso do cliente depende dessa visão já que os projetos de analytics envolvem muito conhecimento de regras de negócios e entendimento da estratégia daquela solução. Além disso, o pensamento estratégico conecta os objetivos estratégicos em ações operacionais.
Exemplos práticos:
- Analisa cenários complexos e identifica padrões e tendências relevantes para o negócio, propondo estratégias para potencializar resultados;
- Conecta as metas estratégicas com ações operacionais integradas, garantindo alinhamento em todos os níveis da organização;
- Comunica com clareza e inspira outros com a visão estratégica da empresa, engajando equipes e stakeholders na execução;
- Monitora e ajusta a estratégia com agilidade e precisão.
Gestão de Stakeholders
A competência de Gestão de Stakeholders é desempenhada em todas as etapas de projeto, pois envolve identificar, envolver e gerenciar os diferentes grupos de stakeholders de uma organização/projeto/área, a fim de garantir o entendimento de suas expectativas e necessidades, bem como promover bons relacionamentos. Ela permite a construção de relacionamentos de confiança e a criação de valor compartilhado com seus diversos grupos de interesse.
Especificamente em projetos de dados, além da complexidade das análises e construção de algoritmos, o desafio se encontra no como esses resultados serão comunicados. A Gestão de Stakeholders exige que o líder seja um articulador, capaz de alinhar expectativas, engajar diferentes áreas e traduzir a linguagem técnica em mensagens claras para diferentes públicos. Com projetos bem compreendidos, é mais fácil termos promotores e apoiadores em decisões importantes e estratégicas.
Exemplos práticos:
- Planeja e implementa estratégias de engajamento para diferentes grupos de stakeholders, alinhando suas expectativas aos objetivos do projeto ou organização;
- Coleta e analisa feedback de stakeholders para adaptar produtos, serviços ou processos às suas necessidades;
- Constrói relacionamentos de longo prazo com stakeholders, baseados em confiança, transparência e reciprocidade.
Gestão de Pessoas
A competência de Gestão de Pessoas foca em identificar talentos individuais, oferecer oportunidades de desenvolvimento, avaliar habilidades, e alinhar comportamentos internos com as metas da organização, fortalecendo a cultura organizacional e promovendo a retenção de talentos. Essa competência visa engajar, motivar e orientar pessoas, formar novas lideranças, formar sucessores e alcançar resultados, sem perder de vista os aspectos humanos e o equilíbrio organizacional.
Dentro de projetos de analytics é necessário muita coesão de grupo, pois há muita troca e trabalho multidisciplinar e as pessoas precisam estar juntas e alinhadas para chegar no objetivo e, para isso, o líder tem um papel fundamental para fazer essa “cola”.
Exemplos práticos:
- Forma equipes colaborativas e alinhadas aos valores organizacionais, utilizando as potencialidades de cada membro para alcançar objetivos estratégicos;
- Estabelece metas claras e direciona os esforços do grupo, promovendo foco, priorização e responsabilidade compartilhada;
- Fornece feedbacks frequentes e construtivos, utilizando-os como ferramenta de desenvolvimento e engajamento;
- Desenvolve e treina a equipe, compartilhando conhecimentos e criando oportunidades de aprendizado prático;
- Cria um ambiente de trabalho motivador, que incentiva a inovação, colaboração e o alcance de objetivos comuns.
Tomada de decisão
Projetos de analytics lidam com muitas variáveis e incertezas e para lidar com esses cenários é preciso ter a competência de Tomada de Decisão bem afiada. Ela envolve a habilidade de avaliar cenários, ponderar riscos, considerar diferentes perspectivas e escolher o caminho mais adequado para o momento. Uma boa tomada de decisão também exige coragem para assumir responsabilidades e flexibilidade para ajustar rotas quando necessário.
Exemplos práticos:
- Avalia problemas mais complexos e todas as variáveis envolvidas, considerando dados quantitativos e qualitativos;
- Conduz processos de tomada de decisão em cenários ambíguos ou de risco elevado, equilibrando pensamento lógico e intuição experiente;
- Lidera e facilita decisões colaborativas, integrando diferentes áreas e interesses com foco nos resultados organizacionais como um todo;
- Inspira confiança em momentos críticos, tomando decisões rápidas e eficazes sob pressão e comunicando claramente os fundamentos e os impactos dessas decisões;
- Promove a cultura de aprendizado organizacional, revisando decisões passadas para identificar melhorias futuras.
Gestão de mudança
O líder de times de dados precisa conduzir equipes e stakeholders de uma maneira a diminuir as resistências para mudanças de processos, ferramentas e até cultura organizacional, o que é muito comum em projetos de analytics. A Gestão de Mudança envolve comunicar claramente os objetivos, construir confiança e promover uma cultura de adaptação. Dessa forma, a equipe se mantém resiliente e preparada para enfrentar novos desafios.
Exemplos práticos:
- Desenvolve e implementa planos para mudanças, definindo metas, prazos e recursos necessários;
- Engaja ativamente stakeholders no processo de mudança, promovendo alinhamento e colaboração desde o início;
- Garante que a comunicação sobre a mudança seja contínua, transparente e adaptada às diferentes audiências envolvidas;
- Identifica e gerencia resistências ou conflitos de forma proativa, utilizando empatia e habilidades de influência para minimizar impactos;
- Monitora o progresso da mudança, avalia os resultados em relação às metas e realiza ajustes no planejamento, quando necessário.
Conclusão
O papel do líder de times de analytics é muito estratégico, exigindo um equilíbrio entre habilidades técnicas e competências de liderança. Gestão de ideias, pensamento estratégico, gestão de stakeholders, gestão de pessoas, tomada de decisão e gestão de mudança são competências necessárias para que esses líderes possam guiar suas equipes em um ambiente em constante evolução e com alto grau de incertezas. Ao desenvolver essas competências, o líder não apenas garante melhores resultados em projetos de dados, mas também contribui para o crescimento sustentável da empresa.
Bibliografia
Caso se interesse por saber mais sobre competências, como as que foram citadas neste artigo, confira o referencial bibliográfico abaixo: BOYATZIS, R. E. The Competent Manager: A Model for Effective Performance. New York: John Wiley & Sons, 1982.
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Construindo o conceito de competência. Revista de Administração Contemporânea, v. 5, n. esp., p. 183-196, 2001.
McCLELLAND, D. C. Testing for competence rather than for “intelligence”. American Psychologist, v. 28, n. 1, p. 1-14, 1973.
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Head de People na Aquarela. Formada em Psicologia pela UNOESC, MBA em Gestão de Pessoas pela USP-esalq. Gosta de viajar, acampar, pedalar, jogos de tabuleiro e animada em como a tecnologia pode oferecer qualidade de vida para as pessoas.