No cenário atual de crescimento exponencial de dados, armazenar, gerenciar e analisar informações de forma eficiente é crucial. A escolha da arquitetura de dados influencia diretamente a transformação de dados em insights valiosos, impactando decisões estratégicas, eficiência operacional e inovação. Com diversas tecnologias e abordagens disponíveis, selecionar a arquitetura adequada é essencial para manter a competitividade no mercado.
Para fazer a escolha mais acertada para seu contexto, é fundamental entender as principais arquiteturas de dados, suas características, vantagens e desvantagens. Neste artigo, exploraremos três arquiteturas principais: Data Lake, Data Warehouse e Data Lakehouse. Também analizaremos como cada uma pode atender às diferentes necessidades de negócios e fornecendo uma base sólida para o gerenciamento e análise de dados.
Evolução dos Ambientes de Dados
No início da gestão de dados, as empresas utilizavam principalmente bases de dados relacionais. Esses sistemas permitiam armazenar e analisar dados com SQL, adequados para volumes reduzidos e análises simples. Dessa forma, à medida que o volume de dados aumentava, a estrutura de análise também precisava evoluir. Surgiram assim, os Data Warehouses, com a ideia de criar uma visão 360 graus do cliente, integrando informações de diversas fontes em um único silo de dados.
Com o boom do Big Data no início dos anos 2000, armazenar dados em um único repositório tornou-se inviável para muitas empresas, e surgiu a necessidade de analisar dados em formatos não relacionais. Nesse contexto, a ferramenta open-source Apache Hadoop possibilitou a análise e o processamento distribuído de grandes volumes de dados, dando origem aos primeiros Data Lakes.
Os Data Lakes permitem o armazenamento de um volume maior de dados do que os Data Warehouses, mas trazem desafios em termos de gerenciamento e análise, exigindo mais especialização dos usuários finais. Para mitigar essas dificuldades, surgiu o Apache Spark, que facilitou o tratamento e a análise de grandes volumes de dados. Com isso, nasceu o conceito de Data Lakehouse, que combina as vantagens dos Data Lakes e a facilidade de análise dos Data Warehouses.
Após essa breve introdução sobre a evolução das arquiteturas de dados, vamos explorar as vantagens e desvantagens das três principais opções disponíveis hoje nas empresas.
Data Lake
Um Data Lake é um repositório de dados brutos e/ou processados, projetado para trabalhar com dados estruturados (como tabelas e planilhas), semiestruturados (como arquivos JSON e documentos XML) e não estruturados (como vídeos, áudios e imagens). Essa flexibilidade permite a criação de uma variedade de análises, desde dashboards até o processamento de grandes volumes de dados.
As principais características de um Data Lake incluem a flexibilidade no armazenamento, a economia de custos e o acesso direto, permitindo análises sem necessidade de transformação prévia.
As vantagens de um Data Lake são a escalabilidade, a versatilidade (suportando diversas análises, incluindo Machine Learning) e o custo reduzido de armazenamento, que geralmente é menor que o dos Data Warehouses.
Por outro lado, as desvantagens incluem a menor qualidade dos dados (devido à falta de um esquema definido), a complexidade nas consultas (que podem se tornar mais complicadas e menos eficientes) e a performance reduzida em leituras intensivas, já que a falta de padronização pode afetar a eficiência.
Data Warehouse
Um Data Warehouse é uma plataforma de armazenamento de dados estruturados, otimizada para consultas rápidas e complexas. Essa arquitetura trabalha com dados previamente limpos, transformados e organizados, sendo amplamente utilizada em relatórios e análises de Business Intelligence (BI).
As principais características de um Data Warehouse incluem a estruturação dos dados. Isso exige um esquema relacional predefinido (como snowflake ou star schema), e o desempenho otimizado para leitura.
As vantagens de um Data Warehouse incluem alta performance nas consultas, consistência e qualidade da informação, além da facilidade de uso, afinal os dados estão prontos para consumo.
Entretanto, as desvantagens incluem o custo elevado de armazenamento e processamento, a rigidez na estrutura dos dados (que torna mudanças complexas) e a latência, já que o processo de ETL (Extração, Transformação e Carga) pode atrasar a disponibilidade dos dados.
Data Lakehouse
O Data Lakehouse é uma abordagem mais recente que busca combinar as vantagens do Data Lake e do Data Warehouse. Ele apresenta uma estrutura de entrada de dados semelhante a um Data Lake. Além disso, oferece flexibilidade de armazenamento, e uma área de consumo similar a um Data Warehouse, onde os dados são disponibilizados após um processo de ETL.
As principais características do Data Lakehouse incluem armazenamento flexível (como o Delta Lake), governança de dados para garantir qualidade e consistência, e performance otimizada para análises rápidas e eficientes.
Entre as desvantagens, destacam-se a complexidade técnica, que envolve a gestão de um ambiente híbrido e a necessidade de ferramentas especializadas.
Qual Arquitetura de Dados Escolher?
Para decidir qual arquitetura adotar, é preciso considerar o uso que os dados terão em seu ciclo de vida. Se o foco é apenas análises em Big Data, IoT ou dados não estruturados, o Data Lake pode ser a melhor escolha. Para BI e relatórios onde a qualidade e a estrutura dos dados são cruciais, o Data Warehouse é mais adequado. Por fim, para análises híbridas que envolvem monitoramento em tempo real e Machine Learning, o Data Lakehouse é a opção recomendada, afinal combina flexibilidade e governança.
Conclusão – Arquitetura de Dados
A escolha da arquitetura de dados correta é fundamental para que as empresas obtenham o máximo valor dos dados, sejam eles estruturados ou não. Cada uma das arquiteturas exploradas oferece vantagens específicas para diferentes usos.
Os Data Lakes destacam-se pela flexibilidade e capacidade de armazenar grandes volumes de dados brutos, ideais para machine learning e análises de Big Data. Os Data Warehouses continuam sendo preferidos em cenários que exigem consistência e alta performance em consultas. Já o Data Lakehouse surge como uma solução inovadora para organizações que precisam de uma abordagem híbrida, unindo as melhores características de ambos.
A decisão deve ser baseada nas necessidades específicas da organização e no uso pretendido dos dados. Em muitos casos, uma abordagem híbrida pode oferecer uma gama maior de possibilidades. O mais importante é que a escolha da arquitetura crie uma base sólida para sustentar as estratégias de dados da empresa.
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Engenheiro de dados na Aquarela Advanced Analytics. Possui graduação em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Federal de Santa Catarina (2021), atuando na área de Engenharia de Dados desde 2021. Com experiência em migração de dados entre sistemas e implantação de Data Lakes e Data Warehouses em Plataformas Cloud e On-Premise.