Entre os dias 9 e 18 de março aconteceu em Austin, no Texas, o SXSW (South by Southwest) e nós estivemos lá! Nosso CTO Joni hoppen fez um relato da sua experiência no festival, compartilhando seus aprendizados e insights:
O evento
O Festival SXSW começou em 1987 como um evento de música, com o tempo agregou o cinema e recentemente a tecnologia. Essa última é tratada pelo termo “Interactive” já que independentemente do que seja usado (inteligência artificial, óculos de realidade virtual, ou bloco de notas), há uma interação entre pessoas e tecnologia.
Nesta nuvem de texto estão os temas chaves do evento:
Participação Brasileira.
Natura, Itaú, Embraer, Ambev, Aquarela e mais 80 empresas marcaram presença no SXSW. Tipicamente sabe-se que o perfil do brasileiro é de focar mais no turismo do que no coração dos eventos (vi muito isso em outras ocasiões). Neste caso o que pude notar foi o oposto, todos os conterrâneos que tive a oportunidade de conhecer estavam muito focados e tenho certeza que estão levando muita coisa para seus times ou ecossistemas.
Palestras no Brasil X Palestras fora do Brasil
Uma diferença grande das palestras do SXSW é que estas são pontuais e no primeiro minuto o palestrante já aborda o tema. Palestras internacionais seguem esse padrão. No Brasil geralmente tudo começa atrasado, e são mais uns 30 minutos dizendo “Gostaria de cumprimentar fulano”, “gostaria de cumprimentar ciclano”. Enfim, temos lições de casa para fazer.
Austin-Texas
A cidade recebe visitantes do mundo todo e muitos deles são formadores de opinião. Movimenta a economia da maneira mais elegante possível, exportando conhecimento e conectando pessoas.
Praticamente todos os indivíduos que conversei gostam muito de Austin por ser um lugar com baixo nível de preconceito, diversas crenças, raças e ideias. Convivendo em plena harmonia no centro do Texas, o qual é um estado bastante conservador.
Como recompensa, Austin está se tornando uma das capitais da economia criativa no mundo e em troca disso o comportamento aberto está crescendo exponencialmente e recebendo empresas como Oracle e Amazon, por exemplo, com mais de 50 mil empregos de alto calibre. O coração da indústria 4.0 está na indústria criativa e eles sabem disso.
Indústria 4.0
Inteligência Artificial
Foram diversas palestras sobre o tema, as palestras sobre AI e Blockchain, fundamentais para indústria 4.0, estavam sempre lotadas. A grande maioria com um tom bastante introdutório com diversas provocações (sem provocação não existe mudança, e consequentemente, inovação).
Apresento aqui os pontos mais importantes relacionadas ao design de sistemas e serviços na era dos algoritmos:
- Ciclos de expectativas e desilusões ficam cada vez mais frequentes;
- O design do projeto de analytics e a sua visualização é tão importante quanto os algoritmos;
- Não importa qual o algoritmo será utilizado se o dado de entrada tiver viés; Exemplo: O diretor de Inteligência Artificial da Microsoft comentou sobre casos de ensino da máquina que dão errado. O sistema mapeou a rotina do cidadão via celular, como a frequência dele ir ao bar era tão grande, o sistema achava que lá era a casa dele;
- As gigantes já estão com suas plataformas validando o mercado desde reconhecimento de fala, sintetizadores de fala, distinção de sentimentos e tagueamento de imagens em fotos e vídeo, processamento de linguagem natural, tradução e Data Analytics;
- Machine learning pode trazer falhas ou incertezas. É importante estar preparado para frustrações;
- Melhor ter uma boa acurácia do que velocidade. Não adianta chegar rápido ao ponto errado;
- O componente humano não deve ser ignorado do processo. As máquinas ainda levarão muito tempo ou talvez nunca cheguem a compreender o contexto correto do que estão processando;
- Não vamos entender como o computador pensa. O que precisamos é saber o quão correto está a lógica e a integração das soluções baseadas em Inteligência Artificial.
- Acostume-se com múltiplos sistemas. A área é tão grande que nem mesmo os grandes players conseguem atender todo espectro de possibilidade nos níveis de complexidade desejáveis;
- Quanto mais responsabilidade na coleta de dados melhor!
- A vigilância total é inevitável, o conceito parece radical, mas o objetivo aqui é mostrar que as idéias e soluções para “internet das coisas” convergem para um mundo mais conectado, que absorve informação de diferentes fontes, deixando menos brechas para sistemas não integrados;
- O futuro não deve ser auto-dirigido, ou seja, as máquinas (leia-se inteligência artificial) não tomarão as rédeas de decisão, devemos olhar para o machine learning e a I.A. como ferramentas que otimizam nossas vidas e processos.
Blockchain
Como para muitos a ideia de blockchain é ainda bastante abstrata, as palestras tiveram muitas explicações. Dentre elas as seguintes instruções (tentando ser o mais simples possível):
- Blockchain – Contabilidade de transações controlada de forma distribuída.
- Criptomoedas – Unidades de valores virtuais garantidas pela contabilidade distribuída do blockchain.
- Crypto-Economics – Novas regras que regem a produção, distribuição e consumo de bens e serviços em uma economia digital descentralizada e sem nacionalidade.
Assim, Joseph Lubin, o co-criador da plataforma Etherium, apresentou a motivação de criar a plataforma seguindo esses 3 pilares, resolvendo os principais gargalos da moeda Bitcoin, a qual é matematicamente não escalável.
As novas gerações de moedas, como o Etherium, estão sendo construídas para que existam camadas de acesso simplificadas, de tal de modo, que qualquer pessoa ou empresa possa criar aplicativos ou sistemas adequados para realizar alguma tarefa colaborativa. Desde organizar uma vaquinha para ajudar alguém até controlar toda uma cadeia de suprimentos sem a necessidade de intermediários bancários, governamentais e etc.
Na visão do Joseph:
“Hoje a plataforma está operando em um modo limitado, mas em torno de 2 anos os novos protocolos que estamos escrevendo agora darão terão escalabilidade infinita”.
As possibilidades que estão se abrindo com o Blockchain são tão grandes que os processos industriais são apenas umas parte do todo.
Ufa! Espero que este relato seja tão valioso para vocês quanto foi para mim, afinal, o evento é tão imersivo e completo que fica difícil distinguir as coisas importantes das mais importantes. Como recomendação, sugiro buscar vídeos do SWSX no youtube para entender um pouco mais do que foi o evento e como o Texas está se recriando para a economia da informação.
Forte abraço!
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Autor
Fundador e Diretor Comercial da Aquarela, Mestre em Business Information Technology com especialização em logística – Universiteit Twente – Holanda. Escritor e palestrante na área de Ciência e Governança de Dados para indústria e serviços 4.0.