A Inteligência Artificial começou oficialmente em 1956 em uma reunião de um grupo de cientistas em Dartmouth, nos Estados Unidos. Porém, somente depois de 2010 ela se tornou popular no Brasil, com o assistente virtual da Apple, a Siri.
Desde então, temos acompanhado seu crescimento exponencial e como ela está transformando a forma como interagimos com a tecnologia, desde assistentes virtuais e chatbots até produtos de recomendação e análise preditiva. Estes avanços tecnológicos vêm cada vez mais simplificando nossas vidas, tornando processos do dia-a-dia mais rápidos, inteligentes e personalizados.
No entanto, apesar de todas as vantagens oferecidas pela IA, alguns usuários ainda encontram dificuldades em seu uso. Muitas pessoas, por não entender como a IA funciona, veem como uma tecnologia complexa, de difícil compreensão e, consequentemente, isso gera desconfiança e um certo receio de depender de sistemas automatizados para tarefas importantes.
Em 2023, a Universidade de Queensland, na Austrália, conduziu um estudo global, chamado Trust in Artificial Intelligence (Acredite na Inteligência Artificial, em tradução livre), a fim de compreender o nível de confiabilidade e expectativas em relação à IA ao redor do mundo. Esse estudo foi feito com mais de 17.000 pessoas de 17 países diferentes. O Brasil foi o país com maior nível de confiança em Inteligências Artificiais, seguido da Índia, China e África do Sul.
Tendo esse cenário em vista, é aqui que entra o papel fundamental do profissional de UX/UI design. Sua função não se limita apenas à criação de interfaces bonitas, como muitos acreditam, mas envolve principalmente o desenvolvimento de experiências intuitivas e centradas no usuário. No contexto da IA, isso significa que desenhar soluções que não apenas sejam fáceis de usar, mas que também ajudem o usuário a entender e confiar na tecnologia.
Aumentando a confiabilidade em IA através de um design de interface eficiente
O design de interface de usuário (UI design) tem um papel muito importante ao construir interfaces não só visualmente atraentes, mas de fácil usabilidade. Esse processo envolve uma série de boas práticas que tornam a interação mais fluida e natural. O profissional de UI Design pode contribuir de várias formas para o aumento da confiabilidade e entendimento da IA, sendo elas:
- Simplificação da visualização dos processos complexos de IA
No design de interfaces que envolvem IA, a simplificação de processos complexos é um dos maiores desafios. A IA trabalha com uma quantidade enorme de dados, cálculos matemáticos e variáveis que, na grande maioria das vezes, são invisíveis para o usuário, mas que impactam diretamente suas interações e decisões. Para deixar usual algo complexo como a IA, pode-se utilizar:
- Linguagem acessível: Ao invés de termos técnicos e robustos, utilizar uma linguagem mais próxima do usuário final faz com que o usuário não sinta dificuldade em compreender o conteúdo da interface. Por exemplo: em vez de “modelos preditivos”, pode-se usar algo como “previsões personalizadas para você/sua empresa”
- Gráficos explicativos: Traduzir os dados e processos da IA em gráficos simples, barras de progresso e até mesmo infográficos, ajudam a organizar de forma simples e visual algo complexo. Mesmo que a IA esteja processando uma infinidade de dados, muitas vezes o usuário só precisa ter acesso a uma parcela deles, que ajude com uma tomada de decisão mais assertiva. Nesse ponto também é importante limitar a quantidade de informações exibidas ao usuário, de forma que não prejudique a legibilidade dos dados.
- Feedbacks visuais e/ou sonoros: Alguns produtos físicos nos fornecem feedbacks instantâneos de que a ação foi concluída. Por exemplo, um controle remoto em que, ao ser clicado, emite um som de “click”; uma televisão emite uma luz de LED vermelho ao ser desligada. Podemos “imitar” esses comportamentos em produtos digitais, por meio de mensagens de conclusão de ação, barras de progresso, etc…
- Aumento da transparência e confiança
A transparência é essencial para que as pessoas confiem nos dados fornecidos pela IA, especialmente quando as decisões afetam diretamente suas vidas. Para criar uma relação de confiança baseado em transparência, é necessário prestar atenção em alguns pontos, como:
- Explicar as decisões da IA: Na medida do possível, mostrar como a IA chegou a uma determinada decisão ou sugestão pode ser um ponto muito positivo para o usuário. Por exemplo, em uma interface de recomendação, seria útil mostrar quais dados a IA utilizou para sugerir um produto/serviço ou uma ação, como “Recomendado com base nas suas compras dos últimos 6 meses” e “Recomendado com base nas avaliações de outros usuários”
- Manter um histórico de sugestões/previsões: Exibir ao usuário um histórico de sugestões e/ou previsões feitas pela IA, pode ser uma ótima maneira de mostrar o quão assertiva aquela recomendação tem sido ao longo do tempo.
- Criação de interações mais humanas e amigáveis
Outro ponto que pode ajudar no aumento da confiabilidade na IA é a personalização das interações para que pareçam mais naturais e menos robóticas, “imitando” um diálogo humano, fazendo com que o usuário se sinta em controle da tecnologia. Vale pontuar que a utilização de micro interações e/ou interfaces de conversação também ajudam a aumentar a confiança, pois aproxima o usuário da tecnologia.
- Controle e personalização da interface
Ao oferecer opções de personalização e controle em uma interface, o UX/UI designer permite que cada usuário ajuste a IA às suas próprias necessidades, promovendo aquela sensação de segurança e controle sobre a tecnologia. Esse passo pode ser feito de maneira muito simples, como por exemplo, permitir a edição de quais informações devem ou não aparecer na tela, reordenação de itens, etc…
Conclusão – UX Design como impulsionador na adoção e confiabilidade de IA
Como vimos anteriormente, o UX/UI design tem o poder de transformar a forma como nos relacionamos com a tecnologia. Um bom design vai além da estética, ele simplifica e humaniza as interações homem x máquina, trazendo confiança, conforto e naturalidade para os usuários.
Quando um produto digital fornece transparência, personalização e controle, conseguimos reduzir as barreiras para adoção de soluções de IA ao público geral, ampliando o impacto da tecnologia e proporcionando uma usabilidade positiva para o usuário.
Para empresas que desenvolvem essas soluções com Inteligência Artificial, investir em UX/UI se torna uma estratégia para garantir que essas tecnologias tenham uma alta taxa de aceitação e usabilidade, além de entregar muito valor aos seus usuários.
Fontes:
https://canaltech.com.br/apps/siri-historia-evolucao-apple-197707/ (Acesso em 23/10/24 às 14:43)
https://ai.uq.edu.au/project/trust-artificial-intelligence-global-study (Acesso em 23/10/24 às 14:58)https://medium.com/conexadesign/como-deixar-minha-interface-mais-intuitiva-b6967218ca19 (Acesso em 24/10/24 às 14:32)
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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UX/UI Designer na Aquarela. Bacharel em Matemática pela UERJ e apaixonada por Design e Tecnologia. Estudo por conta própria desde 2019. Amo viagens, tatuagens e sou mãe de rato. 💖