Aqui você vai encontrar mais perguntas do que respostas. Eu sou formada em Psicologia e apaixonada por livros. Como trabalho em uma empresa de analytics e vejo, a cada dia mais, os avanços da Inteligência Artificial, me preocupo com o quanto ela vai afetar os livros que eu leio.
Cada leitor tem um estilo. Meus colegas nerds amam mangás e trilogias fantásticas. Há quem goste de gibis (boa parte da introdução literária no Brasil foi com a Turma da Mônica), romances variados, terror, suspense e vários outros gêneros. Acredito que as pessoas que dizem não gostar de ler ainda não encontraram seu gênero favorito.
A leitura é capaz de entreter, ensinar e gerar reflexões. Quando lemos Dostoiévski, sentimos a angústia de ser humano. Quando lemos Dino Buzzati e seu Deserto dos Tártaros, nos identificamos com o tédio e a insatisfação que todos nós experimentamos em algum momento, senão sempre. Quando lemos Ziraldo, nossa criança interior vibra ao lembrar das figuras do Bichinho da Maçã e das peraltices do Menino Maluquinho.
Então, me pergunto: até que ponto uma obra criada por IA pode atingir nosso âmago como os grandes clássicos? Será que conseguirá trazer à superfície toda essa complexidade que temos dentro da nossa psique?
Por definição, a criatividade é a capacidade de gerar ideias, soluções ou expressões novas e originais, combinando elementos existentes de maneira inovadora. Envolve imaginação e flexibilidade para abordar desafios sob novas perspectivas.
A IA pode simular criatividade, mas de forma diferente da humana. Ela pode gerar ideias novas combinando dados existentes, criar imagens, músicas, textos e até soluções para problemas. Contudo, sua criatividade é baseada em padrões e estatísticas, sem intuição, emoções ou experiências próprias.
Enquanto humanos criam com base em vivências subjetivas, a IA gera conteúdos com base em aprendizado prévio e probabilidades. Ou seja, ela pode ser uma ferramenta que imite a criatividade, mas ainda não possui uma criatividade genuína e autônoma.
Em análise, a IA aprende padrões a partir de tudo o que é alimentada. Sendo assim, pode transformar essas informações em algo que nos pareça escrito por um humano. Mas atingirá um alto nível de qualidade? Até que ponto será considerada uma obra autoral?
São muitas perguntas para as quais ainda não tenho respostas. Andei pesquisando e, até o momento, há apenas especulações sobre o futuro da literatura. O que sabemos é que já existem livros escritos por IA sendo comercializados e devidamente sinalizados.
Formadores de opinião na área literária apontam que a IA pode ser uma aliada na edição e revisão de livros. O avanço da IA na literatura pode não significar o fim da criatividade humana, mas a possibilidade de colaboração entre tecnologia e arte — assim como ocorreu na história do Cinema e da Fotografia, que, na época de suas criações, assombraram os artistas com questionamentos sobre a manutenção da arte. Talvez, o que seja necessário seja clareza e legislação para definir para o público o que é gerado por IA e o que é autoria humana, além de entender a quem cabe a autoria dos conteúdos gerados por IA e olhar para os artistas independentes.
Em uma pesquisa realizada na rede social literária Wattpad, O Futuro da Ficção, 80% dos leitores afirmaram preferir curadores humanos, e 92% acreditam que as pessoas deveriam estar envolvidas na escrita e produção de um livro. Acredito que isso aconteça por conta da identificação: é mais fácil nos conectarmos e criarmos empatia por outro humano. A experiência parece mais próxima e calorosa.
Em suma, acredito que a Inteligência Artificial já seja capaz de criar obras para comercialização, mas ainda não consegue produzir aqueles livros que marcam gerações, pois esses dependem de vivências, sentimentos antagônicos e imperfeições que só encontramos na humanidade.
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Head de People na Aquarela. Formada em Psicologia pela UNOESC, MBA em Gestão de Pessoas pela USP-esalq. Gosta de viajar, acampar, pedalar, jogos de tabuleiro e animada em como a tecnologia pode oferecer qualidade de vida para as pessoas.