No dia 25 de julho, comemoramos o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha. A data é celebrada há 30 anos e surgiu a partir do 1° Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana, em 1992. O objetivo da data é dar visibilidade às mulheres afrodescendentes e promover políticas públicas para melhorar sua qualidade de vida e extinguir o racismo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a região é uma das mais desiguais do mundo e o racismo e sexismo estão muito presentes na desigualdade socioeconômica das mulheres negras e nas inúmeras violações que elas sofrem.
Conforme o estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), essas mulheres são as que recebem o salário médio mais baixo em relação a pessoas não afro e inclusive em comparação com homens afro, independente dos níveis educacionais e das horas trabalhadas.
Sabemos como a área de tecnologia está proporcionando ótimas oportunidades de trabalho no Brasil e no mundo. A busca por profissionais na área cresceu 671% durante a pandemia, oferecendo salários acima da média brasileira e boas condições de trabalho, como benefícios e home office, mas como essas oportunidades se distribuem quanto ao gênero e à raça no Brasil?
Distribuição das oportunidades na área Tech brasileira
A pesquisa “Quem Coda BR”, realizada pela PretaLab e a ThoughtWorks, apresenta dados que contextualizam a realidade no setor brasileiro de tecnologia, possibilitando visualizar as lacunas deixadas por alguns grupos nesse cenário. Vamos explorar esses resultados:
- “As pessoas que trabalham com tecnologia contempladas nesta pesquisa estão em situação de privilégio em comparação com a população do país: são mais jovens, possuem maior rendimento mensal e apresentam mais tempo de escolaridade.”
- “… a proporção de pessoas brancas é maior em comparação com a realidade brasileira; a proporção de mulheres é menor do que a apresentada na sociedade em geral e não estão representadas as pessoas com deficiências e as famílias com filhos, ou seja, o cenário tecnológico não reflete a diversidade da nossa população”
- “Entre os pesquisados, pessoas do sexo masculino possuem maior índice de escolaridade em comparação a pessoas do sexo feminino. Pessoas brancas apresentam mais escolaridade que negras/pretas/ pardas, amarelas e indígenas.”
- “A porcentagem de pessoas do sexo masculino entre os respondentes é 20% maior do que o retrato da sociedade brasileira.”
- De acordo com a pesquisa, 78.9% dos respondentes afirmam ser heterossexuais.
- “Em 64,9% dos casos, as mulheres representam no máximo 20% das equipes de trabalho em tecnologia.”
Lideranças femininas no Brasil
Outro dado interessante, o número de lideranças femininas nas empresas brasileiras, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, apenas 37,4% das posições gerenciais no Brasil são ocupadas por mulheres. Este número não faz um recorte racial, sendo assim, possivelmente, o número de mulheres negras em posições de liderança deve seguir a tendência dos outros dados do primeiro estudo e ser menor do que a divulgada pela pesquisa do IBGE.
Iniciativas para a diversidade
Apesar dos números encontrados atualmente, há vários projetos e comunidades que buscam tornar este ambiente menos desigual e trazer mais diversidade na área Tech. Isso oferece benefícios tanto para as empresas quanto para essas mulheres, pois um time mais diverso traz diferentes visões, problemáticas e ângulos para resolver grandes desafios, fazendo com que os preconceitos velados não sejam passados para as aplicações.
Confira alguns projetos que visam empoderar, educar e incentivar mulheres, meninas e pessoas de periferias para trazer mais diversidade na área Tech:
- PretaLab
- Minas programam
- UX para Minas Pretas
- AfroPython
- Pyladies
- PrograMaria
- Vai na Web
- Mulheres de Produto
Comunidades internacionais:
Diversidade na área Tech – Considerações Finais
Como percebemos, por meio dos dados levantados, há um longo caminho a ser percorrido para que o setor tecnológico alcance maior diversidade e representatividade. Isso é extremamente importante para o setor, pois assim é possível produzir inovações pensando em todos os públicos e levar oportunidades para uma grande parcela da população que acaba sendo excluída de algumas áreas por terem oportunidades de acesso limitadas.
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
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Autora
Analista de Marketing na Aquarela Analytics. Graduada em Moda pela UDESC e cursando MBA em Marketing pela USP/Esalq.