A acessibilidade no desenvolvimento front-end não é apenas uma questão técnica, mas também uma responsabilidade social e legal. Para muitas pessoas, a internet é a principal ferramenta de comunicação, educação e trabalho. No entanto, barreiras técnicas frequentemente tornam essa ferramenta inacessível para indivíduos com deficiências visuais, auditivas, motoras ou cognitivas.
A falta de acessibilidade pode excluir uma parcela significativa da população, além de comprometer a experiência do usuário e causar problemas legais para as empresas. Este artigo é um guia prático para desenvolvedores que desejam criar interfaces web mais inclusivas e impactantes, utilizando boas práticas, ferramentas e conceitos-chave.
O que é Acessibilidade na Web?
Acessibilidade na web refere-se ao design e desenvolvimento de sites, ferramentas e aplicações para que pessoas com deficiências possam usá-los de maneira eficaz. Isso inclui indivíduos com as seguintes deficiências:
- Visuais: como cegueira, baixa visão ou daltonismo.
- Auditivas: como surdez ou perda auditiva.
- Motoras: que dificultam o uso de dispositivos de entrada, como mouses ou teclados.
- Cognitivas: que impactam a compreensão ou o foco.
O principal guia para acessibilidade é a WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), que estabelece princípios de design como Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto.
Exemplos Práticos de Acessibilidade na Web
Usuários com Deficiência Visual
Problema: Leitores de tela não conseguem interpretar imagens sem descrições adequadas.
Solução: Use o atributo alt em imagens para descrever seu conteúdo.
Usuários com Deficiência Auditiva
Problema: Vídeos sem legendas excluem indivíduos com perda auditiva.
Solução: Apesar de não ser uma tarefa específica do front-end, é importante que os desenvolvedores de um projeto se preocupem com a adição de legendas sincronizadas aos vídeos, ou ofereça uma transcrição completa do conteúdo.
Usuários com Limitações Motoras
Problema: Muitos sites dependem exclusivamente de interações com o mouse.
Solução: Garanta que todos os elementos interativos sejam acessíveis por teclado, usando atributos como tabindex e eventos como onkeydown.
Exemplo utilizando onkeydown:
Exemplo utilizando tabindex:
No exemplo acima, o tabindex=”1” até o tabindex=”3” são focados primeiro, seguindo a ordem crescente (1,2,3). São usados para definir explicitamente a ordem da tabulação.
No tabindex=”0” o elemento será incluído na ordem natural de tabulação, mas só após os elementos com valores positivos.
E, por fim, no tabindex=”-1” o elemento não é focado ao navegar com a tecla Tab, mas ainda podendo ser focado via Javascript.
Boas Práticas no Front-end para Acessibilidade
Estruturação Semântica
Utilize tags HTML adequadas (<header>, <main>, <article>, etc.) para estruturar o conteúdo de forma lógica. Isso ajuda ferramentas assistivas a navegar no site.
Contraste de Cores
Garanta que o contraste entre o texto e o fundo seja adequado, utilizando ferramentas, como o Color Contrast Checker, para verificar se atende aos padrões WCAG.
ARIA (Accessible Rich Internet Applications)
Use atributos ARIA como aria-label, aria-current,aria-expanded e role para enriquecer a experiência do usuário quando os elementos não forem intrinsecamente acessíveis.
Os atributos ARIA utilizados no exemplo são:
aria-label
- Descreve o propósito do elemento para tecnologias assistivas.
- No exemplo: <nav aria-label=”Menu principal”>
aria-current
- Indica qual item está ativo ou corresponde à página atual.
- No exemplo: <a href=”#inicio” aria-current=”page”>
aria-expanded
- Indica o estado de expansão de um elemento (aberto ou fechado).
- No exemplo: <button aria-expanded=”false” aria-controls=”submenu”>
aria-controls
- Relaciona o botão ao elemento que ele controla, geralmente usando o id do elemento controlado.
- No exemplo: <button aria-expanded=”false” aria-controls=”submenu”>
Navegação por Teclado
Teste seu site para garantir que todos os elementos possam ser acessados usando apenas o teclado. (ex.: TAB, ENTER, ESC).
Ferramentas para Implementar e Testar Acessibilidade
Existem ferramentas extremamente intuitivas que realizam uma análise abrangente do seu site, identificando pontos de melhoria relacionados à acessibilidade de forma clara e eficaz. Elas são ideais tanto para iniciantes, quanto para desenvolvedores experientes que desejam garantir a inclusão digital em seus projetos:
- Lighthouse: Ferramenta integrada ao Chrome DevTools que avalia a acessibilidade do site e oferece dicas para melhorias.
- Wave: Ferramenta online que fornece uma análise visual dos problemas de acessibilidade na página.
Conclusão – Criando Experiências Inclusivas com Acessibilidade no Front-end
Implementar acessibilidade no front-end é mais do que uma necessidade, é um compromisso com a inclusão. Ao seguir as práticas descritas neste artigo, você estará criando uma página web mais justa e acessível, além de beneficiar todos os usuários com interfaces mais claras, funcionais e responsáveis.
Não importa se você é iniciante ou experiente, pequenas mudanças podem causar grandes impactos. A inclusão também melhora a reputação de empresas e produtos, gerando um ciclo positivo de impacto.
Quem é a Aquarela Analytics?
A Aquarela Analytics é vencedora do Prêmio CNI de Inovação e referência nacional na aplicação de Inteligência Artificial Corporativa na indústria e em grandes empresas. Por meio da plataforma Vorteris, da metodologia DCM e o Canvas Analítico (Download e-book gratuito), atende clientes importantes, como: Embraer (aeroespacial), Scania, Mercedes-Benz, Grupo Randon (automotivo), SolarBR Coca-Cola (varejo alimentício), Hospital das Clínicas (saúde), NTS-Brasil (óleo e gás), Auren, SPIC Brasil (energia), Telefônica Vivo (telecomunicações), dentre outros.
Acompanhe os novos conteúdos da Aquarela Analytics no Linkedin e assinando a nossa Newsletter mensal!
Desenvolvedor Front-end na Aquarela Advanced Analytics. Cursando Ciência da Computação na UNIFACS (Salvador, BA).